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Para se Reencontrar - O Caminho De Volta ao Simples por Marco de Souza

  • Foto do escritor: BADDU
    BADDU
  • 18 de abr. de 2021
  • 3 min de leitura



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Bem, eu poderia começar essa escrita com uma introdução, ir desenrolando o texto com o assunto principal e então deixar uma reflexão no final. Isso é o básico, certo? Mas não o farei. Pois, por agora, não sou um ser básico, sou um ser complexo, fora do senso comum. Complexamente simples. Exoticamente especial... como todos os outros.


E eu sei que no fundo, você também pensa isso: “sou diferente”. E somos. Mas calma. Desconstrua o pensamento. É a diversidade que nos torna especialmente iguais. Mas onde nos levará essa diferença, enquanto ignoramos o (pano de fundo) “iguais”?


Pandemia do ano de 2020. Todos foram alcançados pelas severas mudanças. Pra alguns, profundas, pra outros, talvez, um “faz de contas” – o tempo dirá. Sinto que algo chegou para todos, não importando se superficialmente ou não: a simplicidade das relações. Insistentemente fomos conduzidos ao simples. Atentos ou não, nossos modos e abordagens em relação às coisas e não-coisas foram sistematicamente caminhando, ao longo desses meses, para uma abordagem mais simples: a relação com nossos familiares, nossa forma de trabalhar, a forma de consumo, a relação com as pessoas que, sem opções, continuaram suas vidas “normalmente” e que se depararam, eventualmente, conosco, nas portas de nossas casas, num cotidiano incomum; enfim nossa relação íntima conosco. Creio que essa é uma das principais questões sobre a pandemia: enquanto indivíduo, o que a pandemia trouxe em reflexão?


Não fora preciso uma pandemia em 2012 pra que eu refletisse sobre mim mesmo. Talvez uma pandemia interna, um caos mental e emocional, necessários pra me direcionarem às questões que eu precisava encarar e ressignificar, em vários aspectos da vida. Um a um, paradigmas foram sendo mudados, aquela velha complexidade externa deixava de ser algo assustador e por fim, vou compreendendo que tudo, inevitavelmente, retorna ao simples. Um adendo: não vou romantizar o processo, de jeito algum! Teve poesia? Teve! Muito caos e dores também! O apego cego... ah! O apego...


Ponto-chave: APEGO!


Você pode até não ver, não ter consciência disso. Você acredita que sabe. Saber é diferente de ter consciência do que se sabe.


Percebo, nesses tempos difíceis em que atravessamos, que muito gira em torno do apego. E ele se esconde por assuntos externos: política, cultura, história.


Tudo são os outros! Tudo são as coisas! Nada, ou quase nada, é sobre seus pensamentos, sua forma de olhar o mundo. Apego às questões externas. Nada mais...


Quando passei a olhar pra mim, em profundidade e com sinceridade, encarei com determinação o processo de mudança. Uma delas foi viver de modo simplista na zona rural, nas montanhas. Não que isso seja necessário a você. Foi necessário a mim. As mudanças me conduziram pra cá. Na verdade, o que foi sobrando dessa reforma íntima. Tem uma frase que diz: “não te preocupes agora em saber quem és, desde que saiba quem não és”. Eu não era muitas das coisas das quais meu trabalho fazia com o que me identificasse e assumisse, como parte de mim, e assim foi com pessoas, lugares, conceitos, etc. O que fora sobrando, dessas retiradas, era algo cada vez mais simples.


Essa escancarada simplicidade sempre existiu, mas estava tão coberta de tudo que eu não podia alcançá-la. Ora, mas que contraditório! É verdade... assim como o óbvio que por muitas vezes precisa de ser dito.


A pandemia precisa de servir a algo. Mas o que será?


Atualmente, caminhando nas montanhas, respirando um ar ainda puro, contemplando e observando a vida natural, os ciclos... Percebo como expectador de tudo isso, um movimento inevitável de encontro. Um movimento que nos sacode a todos. Que nos tira da estagnação do saber teórico, que nos impulsiona como marés, em doses homeopáticas, em direção à experienciação de nós mesmos. De nossas reformas. Saborear a ação prática da aceitação das mudanças. Deixar soltas as amarras do que acreditávamos saber.


Soltos e leves. Vazios, porém férteis. Receptivos às novidades vindas de mudanças que possam florescer neste novo campo. A meditação me traz essa percepção. Caminhar, meditar e estar em união com os movimentos contínuos de mudanças. O yoga me traz essa percepção. Da simplicidade na aparente complexidade das coisas.


Do alto da montanha do ser, além do ego, podemos observar com mais atenção como esses acontecimentos recentes podem mudar nossos rumos e entregar às nossas vidas, opções jamais pensadas. Opções absurdas! Exoticamente especiais, como você.


Algo além de todas as questões. Caminhar com determinação e fé através de tempos confusos e aparentemente complexos, avançando rumo a si, ao que sempre estará à sua espera.



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