Como Lidar Com O FOMO E Com A Influência Das Redes Sociais Em Sua Vida
- BADDU

- 9 de abr. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 18 de abr. de 2021

Agora volte um pouco no tempo, e tente se lembrar de como você se sentia quando não havia redes sociais. Quais eram seus sentimentos naquela época? Seus desejos, suas ambições, quem eram suas referências? Quem você gostaria de ser? Ou melhor, você se espelhava em alguém?
Vou te dar um exemplo muito simples. Se lembra de quando você era pequeno ou pequena, e existiam aqueles primos mais velhos que estavam sempre mais adiantados do que você? Eles traziam novidades do meio musical, de formas de se vestir e de como usar seu cabelo. Te apresentavam novos esportes, hobbies e influenciavam sua maneira de falar e de se expressar.
Eu mesma, me lembro de quando idolatrava minhas primas, e tudo o que elas faziam era "um máximo", e eu tentava copiar de alguma forma. Também me lembro desde muita nova, buscando essas inspirações, para criar minha própria identidade.
O que eu percebo hoje, era de que havia espaço e tempo, entre o que era inspiração, e o que era "eu". Eram claras para mim, as limitações que delimitavam minha própria realidade. Ou seja, até que era fácil de entender o que pertencia a realidade do outro e o que pertencia à minha.
Tive minha primeira experiência com redes sociais, através do Orkut, e dos blogs da época, onde eu entrava para buscar mais inspiração. O Orkut permitia, no início, a postagem de apenas 12 fotos nas páginas pessoais, o que nos fazia ficar revezando o que gostaríamos de expor por lá. Com essa quantidade limitada de informações, não era preciso gastar tanto tempo por lá.
Nessa época de minha vida, minhas vivências eram voltadas para meu dia a dia, e para as próprias fantasias de quem eu era versos quem eu gostaria de ser. E isso me preenchia. Minhas ambiçoes eram ter um bom emprego, aprender idiomas, ler mais livros e buscar uma aparência que me agradasse, seguindo as tendências da época, que eu encontrava em pessoas na rua e uma pequena parte, através das revistas.
Aos poucos, Facebook e Instagram cresceram no Brasil, e minha participação nas redes sociais aumentou. Quando estava na faculdade, as blogueiras entraram em minha vida, com conteúdos incríveis e me lembro de acessar seus blogs com minhas amigas, sempre que havia um tempinho. Rolar o feed do Instagram se tornou um hábito e aquelas fontes de inspiração eram tudo o que eu precisava. Tínhamos acesso a tudo! Maquiagens, lojas, marcas de roupa, dicas de perfumes e de looks para cada ocasião! Não poderia ser melhor.
Foi quando fiz uma viagem internacional, e me vi cheia de nomes de lojas e produtos que eu obrigatoriamente, tinha que visitar ou comprar nessa viagem. Uma ansiedade, disfarçada de diversão surgiu e me fez companhia durante essa e outras viagens. A ideia de não conhecer algo, ou de não comprar algo que eu tinha visto em algum blog, estava fora de cogitação. Eu precisava dar um "check" em tudo aquilo, pra me sentir em paz.
Nem preciso falar, o quanto o Instagram cresceu de dez anos pra cá e que eu também passei pela fase fitness, em que emagreci muito, e depois engordei muito, e em que já saí e entrei do Instagram várias vezes.
O que eu percebo disso tudo é que os desejos, os interesses e a própria necessidade de referências fazem parte de minha vida, desde quando "me conheço por gente", e isso já foi até assunto em minha terapia. Mas o fato de hoje, eu ter acesso à uma quantidade absurda disso, tem me trazido alguns sentimentos de desconforto, em um nível mais elevado do que antes.
Percebi que, de uns tempos pra cá, passei a sentir um desejo maior ainda de compras, e acabei comprando muitas coisas desnecessárias;
Um sentimento de ansiedade por comidas e restaurantes, que eu "devia" conhecer ou experimentar;
Uma relação conturbada com meu corpo e com meu peso;
Inadequação de minha aparência, principalmente um sentimento de me sentir "desarrumada" o tempo todo
Mas do que eu mais sinto falta, e eu posso até estar sendo nostalgica aqui, é de viver diante de possibilidades reais para minha vida. Seja no agora, como no futuro. Eu não vivia querendo ser, ou alcançar algo impossível. E não saber o que "pessoas tão mais incríveis do que eu", estivessem fazendo, limitava meus horizontes de uma forma saudável.
Nesse último ponto, entra o FOMO, que temos ouvido de uns tempos pra cá. Ele nada mais é do que (medo de ficar de fora), e que gera sensações parecidas com essas que citei acima. Se tem algo que a gente possa fazer pra driblá-lo, é:
Diminuir o tempo nas redes sociais
Selecionar as pessoas que você segue
Praticar meditação para voltar sua mente para o presente
Evitar comparações, principalmente com pessoas de outras classes sociais
Buscar se cobrar menos, ao entender que, na maioria das vezes, o que temos hoje, é o suficiente para sermos felizes
E para finalizar, o aprendizado que trago no momento, é o de que preciso me voltar para dentro. Mais importante do que nunca, é encontrar minha verdade. O que me faz feliz, e o que me satisfaz por inteira. Parar de olhar para fora em busca de inspiração constante, e ouvir mais meu coração. Para ter coragem de seguir um caminho único e individual, que me mostre uma vida com amor-próprio e significado.
Se você se identifica com essa história, compartilha aqui nos comentários com a gente! Um beijo e até a próxima!




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